FERRARI SOFRE REVIRAVOLTA E DÁ VITÓRIA À MERCEDES, NO GP DO BAHREIN

A 2ª prova da temporada de Fórmula 1 realizou-se, este fim de semana, no Circuito de Sakhir, no Bahrein. 57 voltas num total de 5.412 km de pista, 15 curvas e 3 zonas de DRS: este era o cenário do Grande Prémio do Bahrain.

Na grelha de partida, os quatro primeiros lugares são os suspeitos do costume. Mas, desta vez, é a Ferrari que ocupa a primeira linha da grelha de partida.

Num arranque de corrida emocionante, o veterano da Ferrari, Sebastian Vettel, foi mais rápido do que toda a gente e chegou à liderança da corrida, depois da curva 1. Já o Mercedes de Valtteri Bottas ultrapassou o monegasco Charles Leclerc, chegando à segunda posição. Lewis Hamilton era quarto, no início da corrida.

Na volta 2, todos os olhos estavam postos no Ferrari de Leclerc a ultrapassar Valtteri Bottas e a aproximar-se do líder da corrida. O primeiro lugar era disputado entre os dois pilotos da Ferrari. O Mercedes de Valtteri Bottas não resistiu à pressão do seu colega de equipa e escorregou para a quarta posição. A luta para o terceiro lugar fazia-se entre os dois homens da Mercedes.

O piloto da Racing Point, Lance Stroll, foi o primeiro a acusar problemas. Depois de um toque com o Haas de Romain Grosjean, Stroll foi obrigado a ir às boxes por um furo no pneu.

Na volta 4, na luta entre o Redbull de Max Verstappen e o Mclaren de Carlos Sainz pelo quinto lugar, Verstappen dá um toque a Sainz que fica com o pneu furado. Uma situação que foi investigada, mas que resultou numa não penalização ao piloto da Redbull.

Uma intensa luta entre os pilotos da Ferrari pela liderança da corrida captava todas as atenções. A pressão de Charles Leclerc a Sebastian Vettel era bastante alta. Os pilotos estavam separados por 712 milésimas de segundo. Na 6ª volta, Leclerc ativou o DRS e ultrapassou Vettel que cedeu à pressão do jovem piloto.

Mais um incidente, na volta 13, entre o Toro Rosso de Daniil Kvyat e o Alfa Romeo de Antonio Giovinnazzi. Um toque entre os dois pilotos resultou num pião do piloto da Toro Rosso. Nesta volta, a paragem do Mercedes de Valtteri Bottas, às boxes, empurrou o piloto para quinto lugar à frente de Max Verstappen. O incidente foi investigado e Danniil Kvyat sofreu uma penalização de 5 segundos.

Na volta seguinte, o líder da corrida, Charles Leclerc, trocou para pneus médios. Já o Mercedes da Hamilton trocou para pneus macios. Os dois pilotos caíram para terceiro e quarto lugar, respetivamente, enquanto Sebastian Vettel liderava a corrida à frente do Renault de Daniel Ricciardo.

O veterano da Ferrari não esteve muito tempo na liderança da corrida, uma vez que, na volta 15, foi às boxes, entregando o primeiro lugar a Daniel Ricciardo. Mas o primeiro lugar não estava seguro para ninguém, quando havia uma sombra chamada Charles Leclerc. Mais uma vez, havia uma pressão alta do piloto monegasco que, facilmente, recuperou a liderança. O Renault de Ricciardo enfrentava a pressão do Mercedes de Lewis Hamilton e o britânico, uma volta depois, recuperou o segundo lugar. Ricciardo não aguentou a pressão dos primeiros lugares e, na volta 18, foi ultrapassado por Valtteri Bottas e Max Verstappen.

As primeiras quatro posições continuavam ocupadas pelos suspeitos do costume: Charles Leclerc, Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Valtteri Bottas. No entanto, há uma grande diferença: na volta 24, Charles Leclerc já tinha mais do que meia reta de avanço dos restantes pilotos.

O piloto da Redbull, Max Verstappen, andou sempre atrás dos quatro primeiros. No entanto, na volta 33, perde a posição por uma ida às boxes. O piloto da Mclaren, Lando Norris, sobe à quinta posição seguido de Nico Raikkonen.

Depois de comunicar à equipa que os pneus macios não tinham sido uma boa solução, o Mercedes de Lewis Hamilton retoma às boxes. O colega de equipa de Hamilton, Valtteri Bottas, sobe ao terceiro lugar, conseguindo ultrapassar Sebastian Vettel. Hamilton seguia em quarto.

Aquele que foi o grande incidente e momento da corrida foi entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. O britânico queria conquistar a posição do piloto da Ferrari, queria o lugar intermédio do pódio. Hamilton aumentou a pressão, na volta 38, e conseguiu passar o veterano da Ferrari. Vettel estendeu a sua defesa ao máximo, o que resultou num pião do seu Ferrari. Este era o primeiro sinal da reviravolta que a Ferrari sofreu neste grande prémio.

O pesadelo não parecia acabar para Sebastian Vettel. Na volta 39, o Ferrari de Vettel perde, drasticamente, a asa dianteira do carro. Depois de sair das boxes, Vettel conseguiu subir à quinta posição, na volta 43.

 A esperança em Vettel perdeu-se no quinto lugar que o alemão conquistou. As apostas da Ferrari caíam todas sobre o jovem Charles Leclerc, que continuava na liderança da corrida. Mas o segundo e último sinal da reviravolta que a Ferrari sofreu chegou a 10 voltas do final da corrida. Na volta 47, o piloto monegasco sofreu uma falha num dos cilindros do motor. Charles Leclerc, que já tinha conseguido manter uma vantagem de mais de 9 segundos de Lewis Hamilton, estava com menos de 1 segundo de diferença do britânico.

Lewis Hamilton estava no sítio certo à hora certa e, uma volta depois, passou o piloto da Ferrari sem qualquer tipo de dificuldade. O desespero nas caras de toda a equipa da Ferrari era notável. Mal eles sabiam que o pesadelo ainda estava longe de acabar. Charles Leclerc ainda escorregou para o último lugar do pódio, quando, a cinco voltas do fim da corrida, Valtteri Bottas ultrapassa o jovem Leclerc, conquistando a segunda posição.

Charles Leclerc tinha agora um novo desafio: aguentar a pressão do Redbull de Max Verstappen nas cinco restantes voltas da corrida. Sem ninguém estar à espera, uma luz verde acende-se para a Ferrari. Não pelas melhores razões, pelo menos para a Renault que viu os seus dois pilotos a desistirem da corrida, ao mesmo tempo e na mesma curva. Nico Hulkenberg, que foi o primeiro a cair, apresentou problemas no motor. Já Daniel Ricciardo teve um problema elétrico. Para grande descanso de Charles Leclerc, o Safety Car foi obrigado a entrar na pista e o piloto monegasco conseguiu salvaguardar a sua presença no pódio.

O espanhol Carlos Sainz não terminou a corrida também por apresentar problemas no seu Mclaren.

O cenário do Grande Prémio da Austrália repetiu-se. Mais uma vez, houve uma dobradinha da Mercedes. No entanto, venceu a corrida não por mérito, mas sim por um timming perfeito de posição. A Ferrari não conseguiu melhor do que a terceira posição de Charles Leclerc. Porém, o jovem monegasco marcou pela excelente prestação durante toda a corrida.

Nas contas do campeonato, a Mercedes ocupa os dois primeiros lugares com Valtteri Bottas na liderança, somando 44 pontos. No lugar intermédio, o britânico Lewis Hamilton com 43 pontos à frente do Redbull de Max Verstappen com 27 pontos.

O Circuito de Shanghai, na China, é o próximo palco do Grande Prémio de Fórmula 1, no dia 14 de Abril.

Madalena Costa

Foto de capa - Fonte - Facebook Fórmula 1 Artigo corrigido por Rita Asseiceiro