FERRARI PERDE GRANDE PRÉMIO DO CANADÁ POR CINCO SEGUNDOS

O circuite Ille Notre-Dame, no Canadá, foi o palco da sétima ronda do campeonato de Fórmula 1. A Ferrari teve praticamente a saborear a vitória, durante toda a corrida. No entanto, bastaram cinco segundos para alterar, por completo, o cenário do Grande Prémio do Canadá.

A grelha de partida mostrou mudanças um tanto radicais. O veterano da Ferrari, Sebastian Vettel, pela primeira vez neste campeonato, partiu da pole position. Charles Leclerc partiu do lugar mais baixo do pódio. No meio dos dois Ferrari arrancou o Mercedes de Lewis Hamilton. Quem se afastou das posições do pódio foram Valtteri Bottas, que partiu da sexta posição, e Max Verstappen que começou a corrida no nono lugar.

Os semáforos apagaram-se e estava tudo a postos para dar início ao Grande Prémio número 1004 da Fórmula 1. No arranque da corrida, nada parecia parar Sebastian Vettel que se conseguiu colocar na primeira posição. Charles Leclerc pressionou o britânico Lewis Hamilton para conquistar o segundo lugar. Contudo, Hamilton não cedeu à pressão do monegasco, seguindo em segundo. O finlandês, Valtteri Bottas, não teve um bom arranque e caiu para a sétima posição.

O Toro Rosso de Alex Albon, na confusão de início da corrida, foi apanhado no meio de uma sanduíche entre o Racing Point de Sergio Perez e o Alfa Romeo de Antonio Giovinazzi. O Toro Rosso de Albon perdeu a asa da frente por não conseguir evitar o toque com Antonio Giovinazzi.

A três voltas do início da corrida, Sebastian Vettel liderava na frente de Lewis Hamilton. Charles Leclerc seguia em terceiro, na frente de Daniel Ricciardo. Pierre Gasly mantinha-se na quinta posição na frente de Nico Hulkenberg. Já Valtteri Bottas estava na sétima posição, seguido de Lando Norris. O Redbull de Max Verstappen, em oitavo, na frente de Danniel Kvyat. Carlos Sainz fechava o top 10.

Pierre Gasly perdeu a quinta posição, a oito voltas do início do Grande Prémio, por uma ida às boxes. Valtteri Bottas e Max Verstappen subiram posições e seguiam em sexto e sétimo, respetivamente. A primeira baixa da corrida surge na volta nove. O Mclaren de Lando Norris apresentou problemas na roda traseira do lado direito, obrigando o piloto a desistir cedo do Grande Prémio.

A ida às boxes de Daniel Ricciardo favoreceu Nico Hulkenberg que subiu à quarta posição. Valtteri Bottas mantinha-se atrás, vendo-se obrigado a defender da pressão constante de Max Verstappen. O piloto da Mercedes conseguiu conquistar a quarta posição quando Hulkenberg se dirigiu às boxes. O Redbull de Verstappen seguia na quinta posição. Já entre os três primeiros, a situação mantinha-se estável para Charles Leclerc que garantia a presença no último lugar do pódio. O britânico, Lewis Hamilton, ia conseguindo recuperar tempo e encurtar a distância para Sebastian Vettel que se mantinha na liderança da corrida.

O Mercedes de Hamilton ainda chegou à primeira posição, mas por muito pouco tempo. O britânico conseguiu alcançar a liderança, na volta 27, quando Sebastian Vettel se dirigiu às boxes para montar um jogo de pneus duros. Contudo, as queixas de Lewis Hamilton relativamente à situação dos pneus levou a Mercedes a chamar o piloto, uma volta depois, às boxes para colocar, tal como a Ferrari, pneus duros. De regresso à corrida, Hamilton seguia na terceira posição, atrás de Sebastian Vettel e na frente do colega de equipa, Valtteri Bottas. Por esta altura, Charles Leclerc era primeiro.

O piloto da Mercedes, Valtteri Bottas, teve uma prestação razoável na corrida,  mas soube a pouco para aquilo que tem feito até aqui. O finlandês não chegou, uma única vez neste Grande Prémio do Canadá, a ameaçar a presença no lugar mais baixo do pódio. A situação de Bottas piorou quando foi chamado, na volta 31, às boxes, caindo para a sexta posição, atrás de Daniel Ricciardo. O holandês, Max Verstappen, aproveitou para subir à quarta posição, atrás do Ferrari de Charles Leclerc. O monegasco acabou por cair para quarto lugar, por ir às boxes colocar pneus médios. Max Verstappen não desperdiçou a oportunidade e conquistou a terceira posição.

Porém, se há nome que definia a Ferrari neste Grande Prémio era invencível. Ninguém roubava a primeira posição a Sebastian Vettel que se mantinha intocável na liderança. Já Charles Leclerc, com o DRS ativado, ultrapassou o Redbull de Max Verstappen e voltou a garantir a terceira posição.

O momento mais emblemático e que gerou grande polémica surgiu na volta 48. Sebastian Vettel continuava na liderança, mas sempre com a sombra de Lewis Hamilton a fazer pressão e pronto para aproveitar qualquer deslize por parte do alemão. Esse deslize chegou mesmo a acontecer. Numa má abordagem a uma curva, Sebastian Vettel saiu dos limites da pista e foi parar à relva. Sem perder o controlo do carro, estava pronto para regressar à pista quando se cruzou com o Mercedes de Hamilton. Sebastian Vettel não só não queria deixar o britânico passar para a primeira posição, como também não queria, de forma alguma, tocar o Mercedes do britânico. Desta forma, o que resultou foi o seguinte: Vettel fechou a passagem a Hamilton e os dois foram até aos limites da pista, sendo que o britânico acabou por ficar mais para fora de pista do que o alemão. Tudo fazia acreditar que Vettel tinha nota máxima, uma vez que tinha conseguido manter-se na primeira posição, sem tocar Hamilton e provocar qualquer incidente.

A Ferrari estava de parabéns porque finalmente a estratégia tinha resultado. A prestação dos dois pilotos estava a ser notável. Mas a Ferrari não é a Ferrari sem acontecer algum imprevisto e geralmente são sempre imprevistos mais negativos do que positivos. O Grande Prémio do Canadá não mostrou ser exceção. Na volta 51, toda a situação que se passou entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel estava a ser investigada pelos comissários. A decisão foi comunicada, na volta 57, e não era de todo agradável para Vettel. Os comissários decidiram atribuir cinco segundos de penalização ao alemão por entrada sem segurança na pista e por forçar um adversário a sair da pista.

Senhores comissários, não foi uma decisão sensata. A velocidade é demasiada para se conseguir travar por completo e evitar que o colega saia de pista. E muito fez Sebastian Vettel que conseguiu controlar o seu Ferrari o suficiente para não causar nenhum incidente com Lewis Hamilton.

Ainda que tenha liderado a corrida de fio a pavio, Sebastian Vettel caiu para a segunda posição e a vitória foi do Mercedes de Lewis Hamilton que soma a quinta vitória consecutiva no campeonato. Na terceira posição, atrás do colega de equipa, ficou o monegasco da Ferrari, Charles Leclerc. O colega de equipa de Lewis Hamilton, Valtteri Bottas, ficou na quarta posição na frente do Redbull de Max Verstappen. Bottas conquistou ainda um ponto bónus pela volta mais rápida da corrida. Já Daniel Ricciardo foi sexto, na frente de Nico Hulkenberg. Pierre Gasly acabou na oitava posição, à frente do melhor dos Racing Point Lance Stroll. A fechar o top 10 ficou o piloto da Toro Rosso Dannil Kvyat.

Mais um Grande Prémio em que algo acontece à Ferrari e impede a equipa italiana de triunfar e ver reconhecido o seu mérito. No entanto, existe uma diferença entre o Grande Prémio do Canadá e as restantes rondas do campeonato. Nesta corrida, a Ferrari fez tudo bem, sem falhas, sendo que aquilo que falhou foi o único fator que a equipa não consegue controlar: a decisão dos comissários.

Nas contas do campeonato, Lewis Hamilton reforçou a liderança somando 162 pontos. Valtteri Bottas segue em segundo com 133 pontos. Sebastian Vettel é terceiro com 100 pontos.

A próxima ronda do campeonato leva equipas e pilotos até França, entre os dias 21 a 23 de junho.

Madalena Costa

Foto de capa - Fonte - Facebook Fórmula 1

Artigo corrigido por Rita Asseiceiro