F1: UM CAÓTICO REGRESSO EM TERRAS AUSTRÍACAS

16 semanas, mais precisamente, 112 dias, de atraso… A espera valeu a pena e chegou, finalmente, o dia que já há muito se ansiava. O grande alvoroço que envolve um Grande Prémio invadiu o circuito de Redbull Ring, na Áustria. Equipas e pilotos estavam finalmente a postos para se dar o arranque da temporada de 2020. A nova normalidade a que todos estamos sujeitos não deixou de fora a Fórmula 1 e, por isso, mais de 4 mil pessoas foram testadas ao novo coronavírus, entre as quais equipas e pilotos.

As emoções estavam à flor da pele e a qualificação teve sabor a penalização para Lewis Hamilton. O britânico da Mercedes foi investigado por não ter abrandado no percurso para as bandeiras amarelas, entre as curvas cinco e sete. Desta forma, Hamilton caiu de segundo para quinto na grelha de partida. Valtteri Bottas garantiu a presença da Mercedes no topo da grelha de partida, por ter conquistado a primeira pole position do ano de 2020. Os pilotos da casa deixaram a Redbull com uma boa imagem, nos instantes iniciais, já que Max Verstappen partiu de segundo e o colega de equipa, Alexander Albon, do quarto lugar. O Mclaren de Lando Norris arrancou de terceiro, na frente do penalizado Lewis Hamilton. Os homens do cavalo rampante, a tão conhecida Ferrari, deixaram muito a desejar na qualificação com Charles Leclerc a largar de sétimo e Sebastian Vettel de 11º. Carlos Sainz partiu de oitavo, Lance Stroll em nono e Daniel Ricciardo fechou o top 10.

Os famosos cinco semáforos apagaram-se e o som dos motores fez-se ouvir. Prego a fundo no acelerador e os carros mais apaixonantes do mundo dos motores estavam, finalmente, em pista. O rugido de Valtteri Bottas cedo se fez ouvir, com um arranque que não deixou ninguém indiferente. Contudo, Max Verstappen não se deixou ficar atrás e rapidamente se colocou em perseguição ao finlandês. Começaram a ser desenhadas as primeiras posições das primeiras voltas de 2020. O Mclaren de Lando Norris seguia em terceiro, na frente de Alexander Albon que ia contendo os ataques de Lewis Hamilton. Sergio Perez, em sexto, segurava Charles Leclerc no sétimo lugar. Carlos Sainz ocupava a oitava posição, na frente de Lance Stroll. O veterano alemão da Ferrari fechava o top 10 deste início de prova.

O primeiro grande prémio do ano tornou-se num enorme e intenso festival de entradas de safety cars. Um pau de dois bicos já que, por um lado, a verdade é que houve situações que justificaram este fenómeno, no entanto, por outro lado, a disputa de lugares cimeiros da tabela classificativa era sol de pouca dura já que os andavam mais tempo a passear atrás do safety car.

A temporada começou, mas parece haver pequenos pormenores que não se alteraram, já que há mais um mau fim-de-semana a acrescentar à lista da Ferrari, com Sebastian Vettel a envolver-se com Carlos Sainz e a empurrar o alemão da Ferrari para o fundo da tabela classificativa.

O caos instalou-se, por muitas vezes, no circuito austríaco com o grande leque de desistências. A primeira, bem cedo na corrida, foi protagonizada por Max Verstappen. O monolugar do holandês apresentou problemas elétricos e, apesar de ainda se ter deslocado à box, Verstappen saiu para não mais voltar. O segundo a acusar problemas foi Daniel Ricciardo, desta vez com questões relacionadas com a refrigeração do Renault. O Racing Point de Lance Stroll juntou-se à lista de desistências a acusar problemas de motor. Logo de seguida, foi a vez da Haas ser protagonista de mais saídas em dose dupla, com Romain Grosjean e Kevin Magnussen a terminarem mais cedo a corrida, ambos com problemas de travões. O Williams de George Russell perdeu potência e, por isso, não cruzou a linha da meta. Já Kimi Raikkonen, da Alfa Romeo, perdeu a roda dianteira do monolugar. A três voltas do fim, Alexander Albon apresentou problemas elétricos no motor e foi obrigado a encostar o Red Bull. Também Daniil Kvyat teve problemas, na roda traseira, sendo obrigado a parar numa das escapatórias do circuito.

Ora, não posso deixar de sublinhar que a desgraça de uns é o momento alto de outros. Caro leitor, quem beneficiou com as sucessivas saídas de pilotos? O jovem monegasco do carro vermelho e de cavalinho rampante ao peito. Charles Leclerc conduziu o seu Ferrari até ao pódio, ao aproveitar-se dos inúmeros acontecimentos da corrida, entre os quais as mais variadas desistências que caracterizaram a prova. É certo que se precisa de competência para fazer o caminho até aos lugares de topo, mas com uma ajuda extra a ascensão torna-se bastante mais rápida.

No que à Mercedes diz respeito, Lewis Hamilton não teve um fim-de-semana tão fantástico como nos tem habituado. Quando seguia nos lugares de topo como tanto gosta, o britânico tocou no Redbull de Alexander Albon quando este tentava uma ultrapassagem. As consequências foram severas para ambos os pilotos, já que Alexander Albon acabou mesmo por sair e Lewis Hamilton recebeu outra penalização, desta vez de cinco segundos.

Contudo, Valtteri Bottas liderou de fio a pavio e elevou o nome da Mercedes, pela primeira vez esta temporada, ao lugar mais alto do pódio.

O finlandês da Mercedes levou o prémio para casa, mas quem, de certo, também venceu foi Lando Norris. O piloto jovem da Mclaren colocou o seu nome, pela primeira vez, na lista de pilotos presentes em pódios da Fórmula 1. Lando Norris foi o quarto piloto a cruzar a linha da meta, mas com a penalização de Hamilton subiu a terceiro e também conquistou o ponto pela volta mais rápida.

Um confuso Grande Prémio da Áustria traduziu-se no primeiro lugar da Valtteri Bottas, com Charles Leclerc em segundo e Lando Norris em terceiro. O penalizado Lewis Hamilton caiu de segundo para quarto e ficou na frente de Carlos Sainz. Sétimo posto para Pierre Gasly e Esteban Ocon em oitavo. Antonio Giovinazzi garantiu o nono posto, com Sebastian Vettel a conseguir terminar nos pontos a fechar o top 10.

No campeonato, Valtteri Bottas segue em primeiro com 25 pontos. 18 pontos para Charles Leclerc em segundo, com Lando Norris, no terceiro posto, a somar 16 pontos.

Os pilotos continuam pela Áustria para o segundo Grande Prémio de 2020, entre os dias 10 e 12 de julho.

Madalena Costa

Foto De Capa: Formula 1 Artigo corrigido por Rita Asseiceiro