Allez, Quartararo! A primeira de muitas!
- Automobile
- Jul 23, 2020
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O MotoGP regressou às pistas com o Grande Prémio da Espanha, realizado no circuito de Jérez. Sob um calor abrasador, Fabio Quartararo venceu a primeira corrida do ano, sendo o primeiro francês a vencer no MotoGP no século XXI, com a última vitória a pertencer a Régis Laconi, no Grande Prémio de Valência, em 1999.
Na pole position para a primeira corrida do ano, estava Fabio Quartararo. O piloto francês conquistou o tempo mais rápido na qualificação, mas com alguma polémica, já que na volta em que Quartararo quebrou o recorde, numa das curvas, Cal Crutchlow e Alex Rins tinham caído e as bandeiras amarelas estavam em pista. A velha questão será sempre “o que é abrandar?” Tirar a mão por completo do acelerador, baixar 5km/h, o que interessa é que a volta foi válida.
Miguel Oliveira, na KTM Tech3, levou a moto austríaca até à 17º posição na grelha, saindo de 15º na corrida devido à ausência de Crutchlow e Rins.

Domingo chegou e os motores rugiram outra vez. No arranque, Maverick Vinales disse presente e colocou a sua M1 na frente do pelotão. Sendo o único na primeira linha com dois pneus macios, o espanhol tinha vantagem no início de corrida. Márquez também conseguiu passar Quartararo, que caiu para a quinta posição, vendo as motos Ducati da Pramac de Jack Miller e Francesco Bagnaia passaram à frente.
Qualificando na terceira linha da grelha de partida, estava a Ducati de Andrea Dovizioso. A marca italiana costuma ter dificuldades neste circuito, mas este ano, os novos pneus e principalmente o pneu traseiro não ajudam a Desmodici GP20. Para fazer valer a boa velocidade de ponta e uma boa saída, esta moto e os seus pilotos costumam deixar ‘deslizá-la’ mais, mas, com um pneu traseiro que oferece muito mais aderência, as coisas ficam difíceis.
Na volta cinco, um dos casos do fim de semana. Marc Márquez perde a frente da Honda e vai à gravilha, perdendo a liderança da corrida para Vinales. O espanhol cai para 16º na frente do seu irmão e começa a recuperar posições como um campeão. Aqui, vejo muito de Ayrton Senna em Márquez. O espanhol coloca a moto no interior dos seus rivais de uma forma agressiva, conseguindo “assustá-los” de modo que galgar posições passa a ser fácil para o campeão mundial.
Vinales na frente da corrida e a distância para a segunda posição era cada vez maior. Recuperando de um arranque menos positivo estava Quartararo, que, com o pneu médio na frente da sua M1, ia ter mais facilidade em apanhar Vinales. Mas dois erros de Vinales, que o próprio admitiu ter perdido a frente, deitaram a liderança por terra. Para mim, o destino estava traçado já que a escolha do pneu macio não era a acertada para este fim de semana.

Vindo de trás, Marc Márquez já estava em posições de pódio quando, na mesma curva que na volta cinco, perdeu a traseira e desta vez não conseguiu controlar, deixando cair a moto e hipotecando possivelmente a temporada. O campeão mundial sofreu uma fratura no úmero direito.
Na frente, Quartararo seguia destacado para a sua primeira vitória, no seu segundo ano no MotoGP, a primeira de um francês na categoria rainha no século XXI. Vinales cortaria a meta na segunda posição, enquanto Andrea Dovizioso conseguia um excelente resultado para a Ducati, passando Jack Miller pela terceira posição final.

Já Miguel Oliveira partiu de 15º e passou muito tempo atrás de Valentino Rossi, conseguindo ultrapassar a lenda italiana na volta 15, terminando no oitavo lugar. Na volta 19, Rossi acabaria por abandonar, num fim de semana onde teve imensas dificuldades em acompanhar o seu colega de equipa, Vinales.

No campeonato, Fabio Quartararo lidera com 25 pontos, mais 5 do que Maverick Vinales. Andrea Dovizioso é terceiro com 16 pontos. Miguel Oliveira ocupa a oitava posição com 8 pontos. O MotoGP volta na próxima semana com o Grande Prémio da Andaluzia, no mesmo circuito.
David Pacheco
Foto De Capa: MotoGP
Artigo corrigido por Rita Asseiceiro
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