A FÓRMULA DA MERCEDES
- Automobile
- May 16, 2019
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A Europa, o berço da Fórmula 1, recebeu, este fim-de-semana, o Grande Prémio de Barcelona. Os homens da Mercedes voltaram a não sair das primeiras posições. Lewis Hamilton venceu a corrida e reassumiu a liderança, na quinta ronda do campeonato.
O Circuito da Catalunha apresenta-se com 66 voltas e duas zonas de DRS.
A grelha de partida não demonstrou grandes alterações. Valtteri Bottas, pela terceira vez neste campeonato, partiu da pole position. Lewis Hamilton seguiu em segundo, na frente de Sebastian Vettel. Max Verstappen partiu, novamente, da quarta posição. O Ferrari de Charles Leclerc começou a corrida em quinto.

Para o Grande Prémio de Barcelona, houve mudanças na Ferrari. A equipa italiana apostou na evolução do motor dos carros. Por um lado, investiu nos componentes internos com um desenho novo do cilindro. Por outro, apostou no nível de combustível e lubrificante, permitindo refrigerar melhor o motor. Desta forma, verificava-se uma menor resistência ao ar e, como consequência, uma maior velocidade. A Ferrari é a segunda equipa a fazer atualizações no motor, depois da Honda ter feito um mudanças para o GP do Azerbaijão. A questão a ser feita era se todas as atualizações e inovações do motor da Ferrari iriam ser refletidas na prestação da equipa, em Barcelona.
O começo foi interessante por haver uma luta pelos primeiros lugares do pódio. Valtteri Bottas partiu da pole, mas não teve um bom arranque, o que atrasou o piloto finlandês. O colega de equipa, Lewis Hamilton, teve sangue frio e não vacilou, ficando na liderança. Valtteri Bottas foi surpreendido pelo exemplar arranque de Sebastian Vettel, que tentou ultrapassar o Mercedes pelo lado de fora. Bottas foi o meio da sanduíche de Hamilton e Vettel. O britânico conseguiu soltar-se e seguir na frente. Já Bottas aproveitou o deslize de Vettel e conquistou a segunda posição. A Ferrari ameaçou o arranque no terceiro lugar, mas não passou disso mesmo, uma ameaça, uma vez que, na passagem pela curva 4, a sombra de Vettel, Max Verstappen, ultrapassou o alemão e ganho a terceira posição. Charles Leclerc de quinto partiu e em quinto seguiu.
A oito voltas do início da corrida, o monegasco da Ferrari, Charles Leclerc, tentou ultrapassar o colega de equipa. Duas voltas depois, tenta novamente. Contudo, Vettel defendeu-se e não perdeu a posição. Porém, por ordens da equipa técnica, na volta 12, Leclerc ultrapassa Vettel. O responsável da Ferrari, Mattia Binotto, afirmou, novamente, que se tivesse que ser tomada uma decisão sobre qual dos pilotos seguia na frente, Sebastian Vettel tinha prioridade. No entanto, não foi isso que se verificou.
Em resultado da confusão do arranque de corrida, Sebastian Vettel tinha marcas de desgaste no pneu dianteiro. Assim, o Redbull de Pierre Gasly beneficiava desta situação e cada vez mais encurtava a distância para o alemão. Já o colega de equipa de Gasly, Max Verstappen, não tinha a velocidade suficiente para alcançar os homens da Mercedes. Mantinha-se, por isso, em terceiro. Contudo, não deixava de ter que se defender dos homens da Ferrari.
Sebastian Vettel, na curva 20, dirigiu-se às boxes. O alemão montou pneus médios, com uma paragem algo lenta, que lhe custou o terceiro lugar. Vettel desceu várias posições na tabela classificativa, seguindo a corrida na décima posição. A Redbull foi a primeira a responder, chamando Max Verstappen às boxes para colocar pneus macios no carro do holandês.
Os homens da Mercedes continuavam na liderança. Já Charles Leclerc aproveitou a ida de Verstappen às boxes para se colocar à frente do holandês, ficando na terceira posição. Sebastian Vettel seguia em décimo, atrás de Alexander Albon.
O Redbull de Pierre Gasly foi às boxes, permitindo a passagem do colega de equipa, Max Verstapppen, para quarto lugar. Já Sebastian Vettel ia conseguindo recuperar posições e, aproveitando o pitstop de Daniel Ricciardo, Carlos Sainz e Sergio Perez, conseguiu ascender à sexta posição, atrás de Romain Grosjean.
A estratégia da Ferrari em optar, na volta 25, por colocar pneus duros no carro de Charles Leclerc deu-se com o intuito de não ter que fazer o monegasco parar, em mais nenhum momento, até ao fim da corrida. Com esta paragem, Leclerc caiu para a quinta posição na frente do veterano alemão da Ferrari.
Os homens da Mercedes dirigiram-se às boxes nas voltas 27 e 28, com Valtteri Bottas a aparecer primeiro no pitstop. A Mercedes estabelecia uma distância tão confortável para os restantes pilotos que Lewis Hamilton e Valtteri Bottas saíram das boxes na primeira e segunda posição, respetivamente. Verstappen seguia em terceiro, à frente dos homens da Ferrari, equipa onde quem seguia em melhor posição era Charles Leclerc.
Assistiu-se, mais uma vez, a uma batalha entre os homens da Ferrari para o quarto lugar. Na volta 36, Vettel levou a melhor de Charles Leclerc. No entanto, esta não foi de todo uma corrida boa para Sebastian Vettel. A equipa chamou, mais uma vez, o alemão às boxes para colocar pneus médios. Leclerc não perdeu oportunidade e passou para a frente do colega de equipa. Uma luz de esperança ascendeu-se para a Ferrari na ida às boxes do Redbull de Verstappen, na volta 46, com a subida de Charles Leclerc à terceira posição.
A 20 voltas do final, deu-se o único acidente deste Grande Prémio. Aconteceu entre o Mclaren de Lando Norris e o Racing Point de Lance Stroll. Na chegada à curva 2, Stroll protegeu-se do ataque de Norris. Na abordagem à curva, a confiança e a falta de experiência levaram a melhor do piloto da Mclaren que não conseguiu evitar o toque com o Racing Point, quando tentava ultrapassar Stroll. Os dois pilotos foram obrigados a abandonar a corrida e o incidente levou à entrada do Safety Car. Contudo, os Comissários do Grande Prémio consideraram a situação um acidente de corrida e os pilotos foram isentos de qualquer tipo de penalização.

A entrada do Safety Car fez com que Lewis Hamilton, que continuava na liderança, perdesse a distância que conseguiu conquistar para os restantes pilotos. A Mercedes e a Ferrari aproveitaram o incidente para chamar Valtteri Bottas e Charles Leclerc, respetivamente, às boxes. O Safety Car esteve em pista até à volta 52.
No recomeço da corrida, os Mercedes seguiram na liderança. Verstappen seguia na terceira posição à frente de Vettel. Leclerc seguia em quinto. Verificou-se a batalha entre o Redbull de Pierre Gasly e o Haas de Kevin Magussen pelo sexto lugar. Magnussen atacou por três vezes Pierre Gasly. No entanto, o piloto francês não vacilou e conseguiu superar as ultrapassagens, mantendo-se no sexto lugar. Uma volta depois do Safety Car sair houve ainda uma ligeira saída da pista do Haas de Romain Grosjean para evitar um toque com o colega de equipa, Kevin Magnussen.
A 10 voltas do fim, a classificação do Grande Prémio de Barcelona ficou definida. É a 76º vitória para o piloto britânico, Lewis Hamilton. A Mercedes bateu o recorde de dobradinhas consecutivas, na história da Fórmula 1, que até então pertencia à Williams. Cinco corridas, cinco dobradinhas para a Mercedes. O holandês Max Verstappen conquistou mais um pódio. Já os homens da Ferrari não conseguiram melhor do que o quarto e quinto lugar com Vettel e Leclerc, respetivamente.
Lewis Hamilton reassumiu a liderança do campeonato, somando 112 pontos. Valtteri Bottas segue em segundo com 105 pontos, na frente de Max Verstappen com 66 pontos.

A próxima ronda do campeonato é Grande Prémio do Mónaco, entre os dias 23 e 26 de Maio.
Madalena Costa
Foto de capa - Fonte - Facebook Fórmula 1
Artigo corrigido por Rita Asseiceiro
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