A ESTRELINHA RUSSA BRILHOU PARA A MERCEDES
- Automobile
- Oct 1, 2019
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A estrelinha voltou a brilhar para a Mercedes, em Soshi, na Rússia. As equipas e pilotos fora até ao maior país do mundo, bem junto ao Mar Negro, para disputar a décima sexta ronda do campeonato de Fórmula 1 de 2019.
Os mais de cinco mil quilómetros do circuito russo assistiram a uma grelha de partida com um Mercedes no meio de dois Ferrari. Quarta pole position seguida de Charles Leclerc, o jovem monegasco que conseguiu mais uma vez ficar na frente de Lewis Hamilton que partiu de segundo. Na terceira posição seguiu o veterano alemão da Ferrari. Max Verstappen, da Redbull, iniciou a corrida na quarta posição, na frente do colega de equipa de Lewis Hamilton, Valtteri Bottas.

Uma grelha de partida interessante por deixar no ar o suspanse e a curiosidade por assistir à performance da Ferrari neste Grande Prémio: iria a equipa italiana repetir o feito de Singapura, com mais uma dobradinha, sendo que desta vez até poderia ser Leclerc a conquistar o primeiro lugar, uma vez que partiu da pole position? É uma pensamento muito precoce e uma pergunta exigente de se fazer no começo de um Grande Prémio, já que se há palavra que descreve esta temporada de Fórmula 1 é imprevisível.
Tudo é passível de acontecer nos instantes iniciais de um Grande Prémio e, na Rússia, o começo de corrida não mostrou ser diferente. Semáforos apagados e Charles Leclerc faz um bom arranque, mas Sebastian Vettel arrancou de uma forma impressionante que o fez viajar do terceiro para o primeiro lugar, numa ápice, deixando o colega de equipa e Lewis Hamilton para trás. A motivação de Vettel era grande, já que vontade não faltava ao alemão de repetir o feito de Singapura e levar para casa mais um título de vencedor. O Mclaren de Carlos Sainz teve um início de corrida brilhante, conseguindo ultrapassar Valtteri Bottas e Max Verstappen, fixando-se na quarta posição.
A Ferrari cedo arregaçou as mangas e começou a delinear a sua estratégia. Entre trocas de conversas de rádio com Sebastian Vettel e Charles Leclerc, a equipa italiana transmitiu ao alemão a mensagem de que teria que ceder passagem ao colega de equipa, Charles Leclerc, que seguia em segundo. O alemão mostrou-se bastante recetivo e até comentou que o ia deixar passar, apenas queria estar a uma maior distância de Lewis Hamilton para que a ultrapassagem fosse segura. Uma razão legítima para não prejudicar a prestação da equipa.
Contudo, aquilo que Vettel disse não pareceu ser aquilo que o alemão fez. Tudo parecia uma razão legítima para não ser o momento certo para deixar ultrapassar Leclerc: primeiro Lewis Hamilton estava muito perto e era mais aconselhável esperar até atingir uma almofada mais confortável de distância para o britânico, a razão a seguir apresentada por Vettel era que Charles Leclerc não estava próximo o suficiente para puder ultrapassar. No entanto, o alemão ia, sucessivamente, conseguindo realizar a volta mais rápida. A conclusão que se tira daqui é que aquilo que Vettel disse não foi aquilo que o veterano da Ferrari queria fazer, porque se realmente fosse intenção do alemão deixar passar Charles Leclerc então tê-lo-ia feito sem qualquer constrangimento. Por conseguinte, Sebastian Vettel mantinha-se na liderança da corrida.
A Ferrari controlou o Grande Prémio da Rússia por mais de vinte voltas. Poderia-se levantar a hipótese de uma segunda dobradinha seguida da equipa italiana, com mais uma vitória de Sebastian Vettel. Porém, nem tudo aquilo que parece é e a Ferrari parece ser a equipa rainha da imprevisibilidade. O monegasco, Charles Leclerc, foi chamado às boxes, na volta 23, para calçar um conjunto de pneus médios, perdendo o segundo lugar da corrida para o britânico Lewis Hamilton. Leclerc retomou a corrida na quarta posição. Uma volta depois, Sebastian Vettel, que liderava a corrida, começou a apresentar queixas dos pneus traseiros. A Ferrari rapidamente tomou medidas e chamou o alemão às boxes, na volta 28. Eis que tudo acontece e instantes a seguir Sebastian Vettel encosta o seu carro à beira da pista, por mostrar problemas mecânicos no seu carro.
A Ferrari perdeu o controlo da corrida de uma forma tão rápida como o movimento de abrir e fechar os olhos. Foram cinco as voltas de distância entre a ida de Charles Leclerc às boxes e a desistência de Vettel. Em cinco voltas, a Ferrari viu um piloto a cair de segundo para quarto e um piloto na beira da pista sem condições de continuar.

Quem aproveitou a falha da Ferrari foi a Mercedes. Lewis Hamilton passou a liderar a corrida, com Valtteri Bottas na segunda posição. A desistência de Sebastian Vettel fez com que surgisse o virtual safety car que foi prolongado até à volta 31 uma vez que o piloto da Williams, George Russel, numa má aborgadem a uma curva acabou por bater nos limites da pista e dar por terminada a corrida. Nos momentos de virtual safety car, o monegasco da Ferrari, Charles Leclerc, regressou às boxes para montar uns pneus de mistura macia, já que a Mercedes tinha optado por montar o mesmo conjunto de pneus nos seus dois pilotos. O britânico Lewis Hamilton não perdeu a oportunidade e a partir do momento em que chegou à liderança da corrida, manteve-se firme na primeira posição. Hamilton contou com a ajuda de Valtteri Bottas que serviu como um piloto tampão, não deixando Charles Leclerc chegar-se perto do britânico.
O Grande Prémio da Rússia ficou marcada por cinco desistências. A primeira do piloto da Haas, Romain Grosjean, aquando do arranque da corrida por ter sido albarroado pelo Renault de Daniel Ricciardo. O incidente entre os dois pilotos obrigou à entrada, pela primeira vez, do safety car em pista. Daniel Ricciardo, na volta 26, deu por terminada a corrida, por apresentar danos no seu Renault em resultado do incidente com Grosjean. Sebastian Vettel foi o terceiro piloto a ser obrigado a terminar a prova mais cedo. Os dois pilotos da Williams foram obrigados a desistir: primeiramente George Russel que na volta 29 bateu no muro e Robert Kubica deu por terminada a prova a pedido da equipa, de forma a economizar as peças do seu carro.
Assistiu-se a uma passagem de testemunho da Ferrari para a Mercedes. A dobradinha da equipa italiana parecia certa desde o início da corrida, com Sebastian Vettel e Charles Leclerc a liderarem de forma inatingível por parte dos outros pilotos. Contudo, aquele pequeno “fator x” fez a diferença e a dobradinha foi conquistada não pela Ferrari, mas sim pela Mercedes, uma vez que desta vez o que traiu a Ferrari não foi a má escolha da estratégia, foi um erro de mecânica.
A falha da Ferrari devolveu as vitórias à Mercedes, que não conquistava uma dobradinha desde o Grande Prémio de Silverstone. Lewis Hamilton somou a 82º vitória da carreira, a oitava nesta temporada de Fórmula 1. Segundo lugar para Valtteri Bottas que conseguiu manter Charles Leclerc no último lugar do pódio. Quarta posição para Max Verstappen, o holandês da Redbull que teve um mau arranque caindo para a oitava posição, mas ao longo da corrida recuperou posições e terminou na quarta posição. É de destacar o excelente trabalho de Alexander Albon que conseguiu subir quinze lugares na tabela classificativa. Um trabalho notável do piloto da Redbull fê-lo viajar da vigésima para a quinta posição. Uma corrida bastante positiva para a Mclaren que terminou a corrida com Carlos Sainz na sexta posição e Lando Norris no oitavo posto, atrás do Racing Point de Sergio Perez. O Haas de Kevin Magnussen conquistou a nona posição e Nico Hulkenberg fechou o top 10.

Lewis Hamilton reforçou a liderança do campeonato, somando um total de 322 pontos. Valtteri Bottas é segundo com 249 pontos e Charles Leclerc segue em terceiro com 215 pontos.
A próxima ronda do campeonato é o Grande Prémio do Japão a realizar-se entre os dias 11 e 13 de outubro.
Madalena Costa
Foto de capa: Fonte – Facebook Fórmula 1
Artigo corrigido por Rita Asseiceiro
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