A ESTRELINHA DA MERCEDES BRILHOU MAIS FORTE PARA VALTTERI BOTTAS
- Automobile
- Oct 18, 2019
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Valtteri Bottas… Só este nome se gritou em mais uma ronda do campeonato de Fórmula 1. Faltam apenas quatro provas para o final da temporada do ano de 2019 e o piloto finlandês da Mercedes fez questão de deixar o seu nome escrito na história dos Grandes Prémios do Japão.
O Circuito de Susuka com 53 voltas, três setores e uma zona de DRS recebeu as equipas e pilotos para a corrida número 17 deste ano. Um Grande Prémio que ficou à mercê do Tufão “Hagibis”, tendo sido canceladas todas as atividades programadas para o dia de sábado inclusivê a sessão de treinos livres três.
Os cinco homens do costume qualificaram-se uns colados aos outros, na grelha de partida. Sebastian Vettel foi o homem da pole position, com o colega de equipa Charles Leclerc na segunda posição. Valtteri Bottas partiu de terceiro, com Lewis Hamilton a seguir em quarto. O holandês da Redbull, Max Verstappen, começou a corrida na quinta posição. Em sexto, seguiu Alexander Albon na frente de Carlos Sainz. Oitavo lugar para Lando Norris, que partiu uma posição à frente de Pierre Gasly. Romain Grosjean partiu do décimo posto.

Depois da tempestade veio a bonança e estavam reunidas todas as condições para se dar início a mais uma prova. Luzes apagadas e o arranque do Grande Prémio do Japão começou, mais uma vez, com a Mercedes a mostrar os dentes à Ferrari. Os dois Ferraris não pareceram atrapalhar o caminho de Valtteri Bottas até à liderança e o piloto finlandês, num ápice, voou de terceiro para primeiro, ultrapassando Sebastian Vettel e Charles Leclerc pelo lado de fora. Lewis Hamilton, no meio da confusão, tentou chegar ao monegasco da Ferrari. Porém, embalado da quinta posição, vinha Max Verstappen que se colocou à frente de Hamilton, ficando lado a lado com Charles Leclerc. No entanto, o monegasco não quis partilhar a pista com Max Verstappen e, num toque com o Redbull, empurrou o holandês para fora da pista a fazer um peão. O “chega para lá” de Charles Leclerc a Max Verstappen tirou o holandês do cenário. Quem aproveitou foi Lewis Hamilton que se mantinha no quarto posto, a perseguir o carro vermelho do monegasco.

Em resultado do contacto entre Leclerc e Verstappen, o holandês foi empurrado para os lugares finais da tabela classificativa. Já o carro de Leclerc ficou mal tratado, com a asa dianteira partida. O Mercedes de Hamilton, que em nada estava inserido nesta situação de choque, ficou reduzido a apenas um espelho lateral uma vez que os detritos que voavam do Ferrari de Charles Leclerc partiram o espelho lateral direito de Hamilton.
Um início de corrida bastante atribulado e confuso que baralhou, por completo, a estratégia da Ferrari pelo facto de já não ter os seus dois homens nos dois primeiros lugares do pódio. A equipa italiana chamou Charles Leclerc às boxes, na volta número quatro, para reparar a asa partida do carro. O monegasco calçou pneus médios e regressou à corrida na última posição. Na frente, seguia Valtteri Bottas a conquistar, aos poucos, uma maior almofada de distância para Sebastian Vettel. Lewis Hamilton seguia na terceira posição.
Quando tudo parecia mais estabilizado, surge o toque, mais subtil, entre Alexander Albon e Lando Norris. O piloto da Redbull conseguiu manter-se na quinta posição. Contudo, o Mclaren de Lando Norris perdeu posições e caiu para o último lugar.
Entre a volta número nove e a volta número 14, a situação de Max Verstappen começou a piorar. Era notório que o Redbull do holandês apresentava danos em resultado do choque com o monegasco. O Max Verstappen do costume e com o carro em perfeitas condições tinha mostrado sangue frio, dando início a um sucessivo leque de ultrapassagens até chegar aos lugares da tabela classificativa a que tem habituado os espectadores. Mas, não foi isso que aconteceu. O piloto ora queixava-se dos pneus, ora queixava-se das dificuldades que sentia na travagem. Enquanto que a situação do holandês não parecia apresentar melhorias, Charles Leclerc, com um conjunto de pneus novos, ia conseguindo ganhar posições, até que ultrapassou Verstappen empurrando-o para o 16º posto.
O Grande Prémio do Japão não foi, de todo, positivo para Max Verstappen que acabou por abandonar a corrida na volta 15. É a segunda vez, nesta temporada, que o holandês terminou a prova mais cedo. No fim da corrida, Charles Leclerc pediu desculpas pelo incidente com Max Verstappen. A decisão do monegasco saiu caro ao holandês e de que servem realmente as desculpas quando o mal já tinha sido feito? Na próxima corrida, caro Leclerc, o melhor caminho a seguir é evitar qualquer toque para não arrancar pela raiz nenhum adversário.
Enquanto que um abandonava, outro seguia intocável na frente. Era o caso de Valtteri Bottas que ia conseguindo manter Sebastian Vettel longe. A Ferrari reagiu e delineando a estratégia que tinha como objetivo encurtar a distância para a Mercedes, chamou o alemão às boxes para montar pneus macios. Valtteri Bottas foi, na volta imediatamente a seguir, às boxes para montar pneus médios. Lewis Hamilton encontrava-se onde mais gosta de estar … na liderança da corrida… mas foi por pouco tempo. A Mercedes trouxe o britânico às boxes, na volta 22, montando um jogo de pneus médios. O piloto caiu novamente para a terceira posição. A indignação de Lewis Hamilton era notória. Por sucessivas vezes, o piloto perguntou a razão pela qual a equipa tinha optado por pneus médios e não por pneus duros, sabendo que era muitos os detritos em pista. A resposta era sempre a mesma: Sebastian Vettel ainda teria que parar mais uma vez. Ainda que insatisfeito com a decisão da equipa, Lewis Hamilton estava a conseguir reduzir a distância para o alemão da Ferrari.
Sebastian Vettel voltou a parar na volta 32 para montar pneus médios. Lewis Hamilton subiu uma posição, seguindo atrás do colega de equipa e ia dando informações à equipa do bom estado dos pneus. A história da Mercedes, com Lewis Hamilton e a equipa presente nas boxes a serem os protagonistas, começou a delinear-se a partir da volta 37. A volta 37 foi a volta em que Valtteri Bottas parou para colocar pneus macios. Lewis Hamilton, como seria de esperar, chegou à liderança da corrida com Bottas a conseguir garantir a segunda posição. Se a corrida acabasse naquele momento, a Mercedes conseguiria não só mais uma dobradinha, como também teria conseguido arrancar os dois Ferrari das duas primeiras posições. Contudo, ainda assim, Valtteri Bottas esclareceu-se, junto da equipa, relativamente ao estado da corrida. A resposta deixou o piloto finlandês surpreendido, já que a mensagem transmitida foi que Lewis Hamilton ainda iria parar por mais uma vez. Desta feita, Valtteri Bottas iria chegar mais uma vez a líder da corrida.
Bem dito, bem feito e Lewis Hamilton foi chamado, a onze voltas do fim da corrida, às boxes, novamente, para trocar de pneus. A estrelinha da Mercedes, neste Grande Prémio do Japão, brilhou mais forte para Valtteri Bottas que, com o colega de equipa nas boxes, voltou à liderança da corrida. A estratégia da Mercedes deixou o próprio finlandês incrédulo. Apesar de terminar na terceira posição, Lewis Hamilton não ficou feliz com a estratégia da equipa. Pareciam estar a atuar em polos opostos: Hamilton queria pneus duros, a Mercedes optou por pneus médios. Hamilton afirmou que os pneus estavam em bom estado e a Mercedes, voltas depois, chama o piloto às boxes, roubando-lhe o primeiro lugar, para mais uma troca de pneus que, na cabeça do britânico, não tinha qualquer fundamento.
As voltas finais viram uma verdadeira luta entre titãs. Dois campeões do mundo a lutar pelo lugar intermédio do pódio. Lewis Hamilton tentou de tudo, ultrapassagens por dentro e fora, utilização do DRS, tudo aquilo que era possível fazer dentro do tempo que tinha restante. Contudo, Sebastian Vettel não vacilou. Afinal o alemão é apelidado de veterano por alguma razão. Com uma classe e uma prestação com notas máximas, manteve o britânico no seu terceiro lugar.
A corrida ficou decidida na volta 43. O top 10 estava definido: Valtteri Bottas conquistou a sexta vitória da carreira, terceira neste ano. Sebastian Vettel terminou na segunda posição, na frente de Lewis Hamilton. Alexander Albon manteve-se na quarta posição, com Carlos Sainz em quinto. Danniel Ricciardo conquistou a sexta posição. Charles Leclerc, num sucessivo leque de ultrapassagens, acabou a corrida em sexto. Contudo, posteriormente, o piloto foi penalizado em cinco segundos não só pelo toque com Max Verstappen, como também por ter continuado a corrida com a asa danificada. Oitavo lugar para Pierre Gasly, na frente de Sergio Perez. Nico Hulkenberg fechou o top 10.

A vitória de Valtteri Bottas assegurou à Mercedes o sexto título de Construtores consecutivo, ao somar um total de 612 pontos. Nas contas finais do campeonato, Lewis Hamilton mantém-se na liderança com 338 pontos. Valtteri Bottas segue em segundo com 274 pontos e Charles Leclerc é terceiro com 221 pontos.
Faltam apenas quatro corridas para o fim do campeonato e o próximo Grande Prémio leva equipas e pilotos até ao México entre os dias 25 e 27 de outubro.
Madalena Costa
Foto de capa - Fonte - Twitter F1
Artigo corrigido por Rita Asseiceiro
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